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MÃES, GUERREIRAS E EMPÁTICAS, PORQUE MULHERES h4e43
Sáb, 17 Maio de 2025 | Fonte: Ahmad Schabib Hany 636r6i
Desde os mais remotos tempos o papel das Mães [maiúscula e plural] vai muito além da perenização da espécie humana. Independentemente da posição de classe e do contexto histórico [e, desculpem, do recorte de gênero e etnia], é fator determinante nas transformações da sociedade, afinal, são acima de tudo Mulheres que têm consciência do que espera às gerações futuras.
Mas onde não parece que a nefasta ditadura de Alfredo Stroessner acabou, no Paraguai de hoje, Francisca Andino e Carmen e Laura Villalba, são mantidas em condições desumanas há pelo menos seis meses na prisão de extermínio -- o presídio masculino de segurança máxima de Minga Guazú --, em Ciudad del Este, fronteira com o Brasil, e seus familiares perseguidos como no tempo dos nazistas. Sob acusação do "crime" de defender terras ancestrais, as duas Irmãs Villalba e a freira Francisca estão sendo submetidas a condições comparáveis às das prisioneiras palestinas nas prisões sionistas do Estado de Israel. Quando, no próximo dia 15 de maio, no Paraguai se celebra o "Día de la Madre" elas e suas famílias não terão motivo algum para comemorar: a pequena Lichita está desaparecida desde setembro de 2020, quando María Carmen e Lilian Mariana, de 11 anos, foram mortas por forças regulares do Estado paraguaio, expostos os corpos das crianças crivadas de bala à imprensa como "terroristas".
Na Bolívia de Juana Azurduy ["Mariscal, Generala, Teniente-Coronela y Flor del Alto Perú", homenageada na voz de Mercedes Sosa], também terra-natal de minhas igualmente saudosas guerreiras Mãe Wadia e Avó Guadalupe, foram as Heroínas de La Coronilla, portanto, Mulheres, isto é, Mães, que se levantaram em armas e enfrentaram as tropas coloniais, em Cochabamba, ao fazer a gesta libertária contra o jugo espanhol, em 27 de maio de 1812, o "Día de la Madre" boliviano. A despeito de uma, no mínimo, equivocada Jeanine Áñez de triste memória, as Mulheres seguidoras de Bartolina Sisa são as que, com coragem e altivez, fazem com que o Estado Plurinacional resista hoje às investidas dos títeres do império e suas sucursais, e haverão de vencer, como em 2005, 2009 e 2020. Apesar do contexto político adverso, as Mulheres começam a se mobilizar pelas Companheiras que no Paraguai são prisioneiras em situação ilegal e, pior, em verdadeira afronta às convenções internacionais e aos Direitos Humanos.
Mas onde não parece que a nefasta ditadura de Alfredo Stroessner acabou, no Paraguai de hoje, Francisca Andino e Carmen e Laura Villalba, são mantidas em condições desumanas há pelo menos seis meses na prisão de extermínio -- o presídio masculino de segurança máxima de Minga Guazú --, em Ciudad del Este, fronteira com o Brasil, e seus familiares perseguidos como no tempo dos nazistas. Sob acusação do "crime" de defender terras ancestrais, as duas Irmãs Villalba e a freira Francisca estão sendo submetidas a condições comparáveis às das prisioneiras palestinas nas prisões sionistas do Estado de Israel. Quando, no próximo dia 15 de maio, no Paraguai se celebra o "Día de la Madre" elas e suas famílias não terão motivo algum para comemorar: a pequena Lichita está desaparecida desde setembro de 2020, quando María Carmen e Lilian Mariana, de 11 anos, foram mortas por forças regulares do Estado paraguaio, expostos os corpos das crianças crivadas de bala à imprensa como "terroristas".
A Argentina das Mães da Praça de Maio e da rede de solidariedade popular que existe e resiste desde a ditadura do facínora Rafael Videla em várias tentativas de endurecimento promovidas pela extrema-direita platina, como no presente, é protagonista de uma série de iniciativas de solidariedade, sobretudo pela Campanha Internacional pela libertação das Irmãs Villalba e Francisca Andino. Em diversos países da América e em alguns continentes cidadãs e cidadãos do mundo começam a replicar a campanha de solidariedade às presas políticas do Paraguai -- em especial, Carmen, Laura e Francisca, em Minga Guazú. É digno e leal registrar que o incansável Amigo Carlos Aníbal Monzón há anos vem dando fundamental apoio às iniciativas em favor das presas políticas no Paraguai.
O mais recente relato do estado em que se encontram Francisca e as Irmãs Carmen e Laura é do Frei Rodolfo Viano, que esteve acompanhado da senhora Elsa Oshiro (também da Argentina) em visita a elas no presídio de Minga Guazú, a fins de março deste ano. O relato dele rompeu o cerco que a mídia paraguaia vinha fazendo sobre essas presas políticas e suas famílias, inclusive as mortes violentas injustificáveis das duas meninas de 11 anos e o desaparecimento da prima Lichita, à época criança, cujo paradeiro é ignorado até a presente data, praticamente cinco anos depois daquele desfecho trágico do ataque das forças de segurança paraguaias.
O relato do Frei Rodolfo Viano foi publicado por Resumen Latinoamericano, Sacerdote argentino denuncia las condiciones de aislamiento de las hermanas Villalba y Francisca Andino en el penal de exterminio de Minga Guazú, no link <https://www.resumenlatinoamericano.org/2025/04/02/paraguay-un-sacerdote-argentino-denuncia-las-condiciones-de-aislamiento-de-las-hermanas-villalba-y-francisca-andino-en-el-penal-de-exterminio-de-minga-guazu/>.
Que este Dia das Mães, por sinal próximo do "Día de la Madre" no Paraguai, seja o divisor de águas para a sociedade civil brasileira na solidariedade urgente e incondicional a essas Mães e as demais da Família Villalba, hoje refugiadas na Venezuela. Parte desses familiares, durante o início do governo do fantoche argentino do império, havia tido rejeitado o pedido de asilo, e quando estavam na Bolívia correram risco iminente de serem alvo de tentativa de sequestro por emissários da forças paraguaias a circular por parte do território boliviano.
Mais que um ato de solidariedade incondicional, é questão humanitária para já, para ontem. Porque cada dia as condições físicas, mentais e anímicas de todas elas estão mais frágeis: nem tudo que é doado de alimento, água e material de higiene é entregue a elas; quando muito tomam dois copos d'água por dia e sua alimentação beira o desumano. Decerto nem nos calabouços do tempo de Stroessner era feita tortura dessa natureza, até porque naquele tempo não contavam com assessores israelenses no governo paraguaio.
Nosso apelo às Comissões de Justiça e Paz, da Igreja Católica; às coordenações regionais e nacional da Cruz Vermelha Internacional; ao Ministério dos Direitos Humanos; ao Ministério das Mulheres; ao Ministério das Relações Exteriores, com ênfase ao Departamento do Mercosul; à Secretaria Especial de Relações Institucionais, e também ao Assessor Especial do Presidente Lula, Ministro Celso Amorim. Embora não se trate de cidadãs brasileiras, o flagrante de crime de descumprimento de normas estabelecidas por convenções internacionais e de respeito aos Direitos Humanos de pessoas custodiadas pelo Estado membro do Mercosul já justifica uma manifestação pelo Governo Federal e, sobretudo, por instituições da sociedade civil comprometidas com o Estado de Direito na região.
Assim, nossa ode ao Dia das Mães no Brasil e no Planeta se foca na urgência de ação em favor da preservação da vida das presas Francisca Andino e Carmen e Laura Villalba; pela correta aplicação da legislação que trata do cumprimento de suas sentenças, bem como de sua libertação em razão de já terem cumprido o tempo de sentença. Além da igualmente urgente localização de Lichita, uma criança cujo paradeiro é desconhecido desde o dia em que suas primas de 11 anos foram fuziladas injustificavelmente por forças do Estado paraguaio, sob pretexto de serem "terroristas", há praticamente cinco anos -- e, obviamente, que os facínoras que as executaram sejam devidamente punidos com o rigor da lei, pois isso caracteriza terrorismo de Estado.
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